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Olho vivo e mão firme

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17.03.2015

Em 1990, então com 40 anos e já com respeitável histórico profissional, o médico oftalmologista Márcio Ribeiro Sotto-Maior decidiu reviver uma atividade que havia encantado seus dias de meninice e primeira juventude: atirar com arco e flecha. Entretanto, ao contrário do que ocorria no passado, a nova atividade esportiva foi encarada com a seriedade e a atitude necessárias e o médico conquistou reconhecimento e participou de importantes competições internacionais, sem nunca ter deixado de ser médico oftalmologista.

Nascido em 12 de maio de 1950 em Juiz de Fora (MG); cidade onde consolidou sua vida profissional. Formou-se em Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora em 1974 e fez especialização no Hospital São Geraldo da UFMG, no serviço do professor Hilton Rocha. Obteve o Título de Especialista em Oftalmologia em 1976 e o de Doutor em Oftalmologia em 1979.

“Iniciei minha carreira acadêmica em 1979 e logo, por titulação, tornei-me chefe da Disciplina de Oftalmologia da FMUFJF e do Serviço de Oftalmologia do Hospital Universitário da instituição, onde permaneci até minha aposentadoria, em maio de 2012. Paralelamente, em 1978, juntamente com meu pai, também médico oftalmologista, inauguramos a Clínica de Olhos Sotto-Maior, onde trabalhamos juntos até 2005, quando ele se aposentou e foi substituído por meu filho Gustavo, que assumiu seu lugar na clínica. Meu pai faleceu em 2010, aos 91 anos”, conta.

A família de Sotto-Maior tem vários médicos oftalmologistas. Além do filho Gustavo, tios e primos residentes em Belo Horizonte e em Juiz de Fora somam seis em atividade, além de outros dois que já faleceram por idade avançada. Márcio tem também outros dois filhos, Marcela que é economista e Arthur, que é bacharel em Direito e está se preparando para prestar vestibular para Medicina

E o arco e flecha?

“Iniciei a pratica do tiro com arco em 1990, com treino diário, e a participar de competições no ano seguinte. Fui campeão brasileiro nos anos consecutivos (penta campeão) e campeão Sul-Americano em 1996, no Rio de Janeiro. Integrei a equipe brasileira de tiro com arco em competições mundiais na Indonésia, Cuba, Canadá, Estados Unidos, Venezuela, El Salvador, França, Itália e Inglaterra. A modalidade que pratico é de arco composto, que não é olímpica”, afirma

Márcio Ribeiro Sotto-Maior relata também que foi várias vezes vice-campeão em torneios brasileiros e nove vezes campeão mineiro. Atualmente disputa campeonato Master, no qual foi bi campeão, em 2006 e 2007, e, em 2014 foi vice-campeão em São Paulo, no clube Esperia.

Conciliar a atividade médica com a esportiva?

Em entrevista, Márcio conta que atirar com arco e flecha exige certo preparo físico e concentração, que também é muito importante na Oftalmologia, principalmente durante uma cirurgia.

“A Oftalmologia sempre me fascinou e o esporte começou como diversão. Nunca houve problemas em conciliar as duas atividades, pois sempre tive condições para fazer ambas e o fato de ser profissional liberal facilita a administração de tempo para treinamento e viagens. Na vida familiar nunca houve oposição e muitas vezes levei minha esposa quando fui competir. Na verdade as duas atividades se complementam e atualmente possuo um campo de treino no condomínio em que resido, o que facilita ainda mais o meu treino diário de aproximadamente uma hora”, comenta.

Para quem quiser iniciar-se na prática do esporte, Márcio aconselha procurar a federação de tiro com arco de seu Estado para se informar sobre locais de treino e obter orientação sobre a prática.

“E, principalmente, nunca adquirir material para iniciação sem aconselhamento de pessoas de confiança que tenham experiência no esporte, para não adquirir material caro e não apropriado”, conclui Márcio Ribeiro Sotto-Maior.

 

 

A Confederação Brasileira de Tiro com Arco foi criada em 1991, embora a prática do esporte tenha sido introduzida na década de 50 século XX.

O esporte comporta divisões nas quais competidores usando diferentes tipos de equipamentos são agrupados em classificações separadas e competem em diferentes eventos.  A Federação Internacional de Tiro com Arco reconhece as seguintes divisões: 1) Outdoor:  Competição realizada ao ar livre, em campo aberto, geralmente gramado. O campo de prova deve ser plano e sem obstáculos para os arqueiros.

2) Indoor:  As provas indoor são realizadas em ambiente fechado, geralmente um ginásio de esportes. 

Os equipamentos podem ser:

Arco Tradicional - É longo e simples. Não tem alça de mira, o que cria grau de dificuldade que agrega milhares de seguidores pelo mundo. Arco Recurvo - Também conhecido como arco olímpico, por ser o equipamento usado para as disputas Olímpicas, é uma evolução do arco tradicional com aparatos alça de mira, estabilizadores e materiais de ponta, que proporcionam rendimento mais apurado para distâncias longas. Como o anterior, tem uma só corda presa diretamente as extremidades. Arco Composto - Usa roldanas que multiplicam a potência do disparo, miras telescópicas que aproximam a imagem do alvo de 4 a 12 vezes e gatilhos disparadores.

Márcio Ribeiro Sotto-Maior pratica o esporte com arco composto.

 


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